Como NFT prejudica o meio ambiente? - Ricardo Zago

Como NFT prejudica o meio ambiente?

NFT, ou token não fungível, é uma forma de representar ativos digitais únicos e escassos na blockchain, como obras de arte, jogos, colecionáveis, entre outros. Os NFTs ganharam muita popularidade nos últimos anos, com alguns deles sendo vendidos por milhões de dólares. Mas qual é o impacto ambiental dessa nova tendência? Como será que o NFT prejudica o meio ambiente?

A resposta não é simples, pois depende de vários fatores, como a rede blockchain que hospeda os NFTs, o protocolo de consenso que valida as transações, o tipo e a frequência das interações com os NFTs, e o consumo de energia dos dispositivos que os acessam. No entanto, alguns estudos e dados indicam que os NFTs podem ser bastante prejudiciais ao meio ambiente, especialmente aqueles baseados em algoritmo proof-of-work (PoW) para garantir a segurança e a descentralização.

O PoW é um mecanismo que exige que os mineradores resolvam problemas matemáticos complexos para criar novos blocos e confirmar as transações na blockchain. Esse processo consome muita eletricidade, pois envolve uma competição entre os mineradores para serem os primeiros a encontrar a solução. Quanto mais mineradores participam, mais difícil fica o problema e mais energia é gasta.

Segundo o site Digiconomist, que monitora o consumo de energia das criptomoedas, a rede Ethereum tem uma pegada de carbono anual estimada em 59,31 megatoneladas de CO2, equivalente às emissões de 12,7 milhões de carros. Apenas uma transação na rede Ethereum consome 82 kWh de eletricidade, o suficiente para abastecer uma casa brasileira por quase um mês.

Os NFTs são um tipo de transação na rede Ethereum e, portanto, contribuem para esse consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa. Além disso, cada NFT pode envolver várias transações ao longo de seu ciclo de vida, como criação, compra, venda e transferência. Cada uma dessas interações gera um impacto ambiental adicional.

Um exemplo de como os NFTs podem ser nocivos ao meio ambiente é o caso dos CryptoKitties, uma coleção de gatos virtuais que podem ser comprados, vendidos e reproduzidos na blockchain. Segundo uma pesquisa da Universidade Técnica da Dinamarca, os CryptoKitties são a coleção NFT mais prejudicial ao meio ambiente, pois cada oferta submetida a um NFT produz 51 quilos de CO2 ou 0,38 árvores e cada transferência de um NFT consome 30 quilos de CO2 ou 0,5 árvores. Durante as transações de sua venda, ele também produz CO2, nesse caso 51 quilos, o equivalente a 0,85 árvores.

Outro exemplo é o caso dos NFTs de arte digital, que têm sido alvo de críticas por parte de ambientalistas e artistas. Alguns argumentam que os NFTs incentivam a especulação e a exploração dos criadores, além de gerarem uma enorme pegada ecológica. Um artista chamado Joanie Lemercier calculou que a criação e a venda de seis NFTs em uma plataforma chamada Nifty Gateway consumiram mais eletricidade do que todo o seu estúdio em dois anos.

Diante desse cenário preocupante, há algumas iniciativas que buscam reduzir ou compensar o impacto ambiental dos NFTs. Uma delas é o projeto IMPT (Impact), que emite créditos de carbono tokenizados que anulam a pegada de carbono de várias indústrias do varejo ao mesmo tempo que financia ONGs ambientais para compensar essas emissões. Outra é a transição da rede Ethereum para o algoritmo proof-of-stake (PoS), que dispensa o uso dos mineradores e consome muito menos energia. Essa mudança aconteceu no final de 2022.

Ethereum 2.0 – Uma nova era para os NFTs sustentáveis

A Ethereum é uma das maiores plataformas de blockchain do mundo, que permite a criação de aplicativos descentralizados, contratos inteligentes e tokens digitais. No entanto, a Ethereum também enfrentava um grande desafio: o seu alto consumo de energia e as suas emissões de carbono.

A Ethereum utiliza o mecanismo de consenso chamado Prova de Trabalho (PoW), que requer que os mineradores usem computadores poderosos para resolver problemas matemáticos complexos e validar as transações na rede. Esse processo consome muita eletricidade e gera uma grande pegada ecológica.

Para resolver esse problema, a Ethereum passou por uma grande atualização chamada Ethereum 2.0, que tornou a rede mais escalável, segura e sustentável. A Ethereum 2.0 vai mudou o mecanismo de consenso da PoW para a Prova de Participação (PoS), que não depende de mineradores, mas de validadores que apostam uma certa quantidade de tokens (ETH) para participar do processo de validação.

A PoS é muito mais eficiente em termos energéticos e ambientais do que a PoW, pois elimina a necessidade de hardware especializado e reduz drasticamente o consumo de energia e as emissões de carbono. Segundo um estudo da ConsenSys, a Ethereum 2.0 vai reduzir o consumo de energia da rede em até 99,95% e as emissões de carbono em até 99,98%.

Além disso, a Ethereum 2.0 também vai melhorar o desempenho da rede, aumentando a capacidade de processamento de transações e reduzindo as taxas e os tempos de confirmação. Isso vai permitir que a Ethereum suporte uma maior variedade e quantidade de aplicativos descentralizados, que podem trazer benefícios sociais, econômicos e ambientais para os seus usuários.

A Ethereum 2.0 é um projeto ambicioso e complexo, que está sendo desenvolvido em várias fases. A primeira fase, chamada Fase 0 ou Beacon Chain, foi lançada em dezembro de 2020 e marcou o início da transição para a PoS.

A segunda fase, chamada Fase 1 ou Shard Chains, foi em 2022 e e introduziu o conceito de fragmentação, que consiste em dividir a rede em várias cadeias paralelas que podem processar transações simultaneamente. A terceira fase, chamada Fase 2 ou Estado Executável, está prevista para 2023 e vai integrar as cadeias fragmentadas com a Beacon Chain e permitir a execução de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados na Ethereum 2.0.

A Ethereum 2.0 é uma das iniciativas mais importantes e inovadoras do setor de blockchain, que pode transformar não só a própria plataforma, mas também o futuro da internet e da sociedade. Ao adotar um modelo mais sustentável e escalável, a Ethereum 2.0 pode se tornar uma referência para outras redes de blockchain e contribuir para o desenvolvimento de soluções que respeitem o meio ambiente e beneficiem as pessoas.


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